(Escrito em 01.05.2016 por Andréa Narja Heberling)
Olá, tripulantes!
Aqui é a Narja, já bem inspirada pelas cores, que, aos poucos, vêm tomando a cidade e embelezando a nossa Berlim de todas as tribos!
No domingo passado, pude desfrutar do último dia do Kirschblütenfest, festa promovida pela colônia japonesa, que comemora o desabrochar da Sakura (flor da cerejeira), um dos símbolos mais conhecidos desta cultura. Este evento tem grande importância no calendário japonês e marca o início da primavera.
A Sakura simboliza, ao mesmo tempo: beleza, fragilidade e passado. Após a Reunificação da Alemanha, Berlim foi presenteada, através de uma ação de doação, organizada por uma emissora de TV japonesa, com milhares de mudas desta espécie. Elas foram plantadas no lugar onde, no passado, o imponente muro de Berlim dividia o país em duas realidades bem distintas.
Hoje, em uma grande extensão do antigo muro, pode-se desfrutar do encanto das flores, que descortinam uma passarela de beleza e fragilidade e inspiram a fazer as pazes com o passado. E é com esse ar de esperanças renovadas que venho trazer o post desta semana, seu ticket para mais uma viagem interior!
Dando continuidade a nossa viagem pelo mundo da fantasia, desafiando e treinando a criatividade, eis que surge nosso segundo Conto inacabado, para o deleite da sua imaginação! Você também pode conferir o primeiro Conto inacabado... O Solitário, lançado na semana passada e que deu início a série.
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A Internauta
Por que não conseguia vê-lo? Estava na hora e no local combinados. Usava a roupa que descrevera em seu último chat. Até mesmo o chapéu dos anos 20, que usaria como “senha de identificação”, poderia receber o check!
O atraso deixava-a aflita. Era a primeira vez que ia a um encontro às cegas com alguém que conhecera na internet. A princípio estivera relutante, mas a empolgação das amigas a contagiara: “Meu primeiro blind date!”, pensou triunfante, sentindo-se quase uma Meg Ryan no filme “You’ve got a message”.
As pessoas nas mesas vizinhas conversavam alegremente naquela sexta-feira. Na meia-hora em que estivera esperando, pôde notar que todas pareciam usar sua melhor roupa, apresentando-se devidamente munidas e prontas para a temporada de caça aos corações disponíveis aos jogos amorosos casuais.
De repente, a porta se abre e um homem elegantemente trajado entra, com ar ofegante. “Chuva, claro! Como não pensei nisso?”, suspirou aliviada. Há cerca de uma hora começara uma tempestade, como Londres há muito não via, o que dificultava o trânsito, especialmente para a zona boêmia da cidade, no cair das promissoras noites de sexta-feira.
Inspecionou o cavalheiro com interesse, reconhecendo a rosa branca no bolso esquerdo do terno. Em seguida, seus olhos subiram até o rosto, encontrando uma barba mal feita, um sorriso fascinante e os olhos mais fisgadores que alguém poderia ter! O homem parecia ter experimentado o sentido real da LIBERDADE e transpirava uma autoconfiança incomum, como se estivesse incondicionalmente feliz e confortável na própria pele.
Enquanto ele se dirigia a sua mesa, ela sentiu o tempo parar... Com a respiração suspensa, por alguns instantes, pensou até ter compreendido o que todos aqueles mestres de Yôga diziam quando falavam sobre “Viver em estado de contentamento”.
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Neste ponto, entrego a você, tripulante, o leme do nosso navio, para que conduza nossa viagem para onde a bússola da sua imaginação indicar!
Ouse, experimente e deixe aqui no blog o seu desfecho para este conto!
Se gostou da proposta, compartilhe com amigos, família e com quem você acha que pode se interessar por ela.
Lembre-se: neste mundo com mais de 7 bilhões de seres humanos, a palavra de ordem da evolução é Compartilhar.
Narja ;-)