quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Dia da Reunificação



(Escrito em 03.10.2015 por Andréa Narja Heberling)






Olá tripulantes!


Hoje quero convidar vocês a embarcar na atmosfera festiva de Berlim, pois é um dia especial para o povo alemão. Porém, não só para os que nasceram nesta terra, como também para os que a elegeram como Pátria de coração!


O dia em que um país, dividido pelos desdobramentos do pós-guerra, voltou oficialmente a ser um! Não que este processo tenha sido automático, rápido ou simples. Muitas estratégias políticas foram necessárias para conduzir as partes oriental e ocidental a um desenvolvimento conjunto. Certamente que, ainda nos dias atuais, é possível perceber diferenças, mas qual país não possui internamente, em âmbito inter-regional, diferenças políticas, econômicas e estruturais? Quem souber de algum, levante a mão!


No parque, desfrutando o calor do sol, neste dia outonal, pus-me a refletir sobre o tema Reunificação, a partir do reconhecimento das diferenças. Seria possível fazer brotar da diversidade o “manual das boas práticas” ou o “melhor dos dois mundos”, de forma a aplicá-lo a opostos, conduzindo-os a um esforço comum para o benefício de ambos?


Durante a tentativa de satisfazer esta questão, sou convidada a ler a colorida mensagem de pára-choque, na traseira do caminhão imaginário, que invade minha tela mental:
“O tempo não pára!” e “A lei do Universo é o movimento!”. Opa, talvez dois ingredientes sejam então pré-requisitos para se estar em conformidade com esta lei: 1) tolerância e 2) pré-disposição à construção de novos paradigmas. Pelo menos enquanto a tal lei ainda estiver em vigor!


Trazendo a lupa para o âmbito pessoal, reformulo a pergunta: como reunificar os mundos interno e externo, mundos estes aparentemente separados pelo “muro da pele”?  Quais são as demandas do mundo “da pele pra dentro” e as do “da pele pra fora”? E de que forma reconhecer, acolher e satisfazer estas demandas, muitas vezes concorrentes e até mesmo opostas, sem que haja guerra declarada por um dos dois mundos (ou por ambos)?


Se por um lado a satisfação plena das demandas internas levaria o indivíduo ao isolamento, rebaixando-o à categoria de “ilha bípede”, por outro, alocando-se todos os recursos à satisfação somente das demandas externas, levaria este mesmo indivíduo à auto-anulação, à castração dos desejos e sonhos, negando-lhe qualquer forma de auto-expressão e evolução, desta vez rebaixando-o a um produto em série, com direito a código de barra e data de validade!


Neste ponto, permito-me o acalento de reflexões otimistas, testando prováveis soluções, como que fazendo meus três desejos ao gênio da lâmpada!


O primeiro, querido gênio, é o autoconhecimento. Com ele é possível reconhecer as demandas internas, desnudando a alma, de si para si, revelando as dores, os sonhos, as tendências, e tudo o que quiser brotar, no confessionário do coração!


O segundo, caro amigo volátil, é a empatia. Ela é peça importante para a percepção das demandas do mundo externo, e diz a lenda, que em combinação com a tolerância e a prédisposição à construção de novos paradigmas, é fator de peso na promoção do desenvolvimento interno, a partir de demandas externas, estas atuando como “provocadores” ou “catalisadores”, motivando o indivíduo a sair da zona de conforto. Afinal, como bem disse Henry Ford: “Quem sempre faz só aquilo que já sabe, permanece exatamente só aquilo o que já é.”.


E pra finalizar, bom e fiel gênio, meu terceiro desejo é a boa comunicação. Esta funciona como dupla embaixatriz, mediando as negociações entre os dois mundos, fazendo com que um perceba melhor o outro, tornando o “muro da pele” mais permeável ao intercâmbio de demandas, e fazendo com que estas atuem como fator de evolução um no outro. As demandas provenientes do indivíduo consciente provocam mudanças positivas no mundo, bem como demandas para melhorias do mundo motivam o despertar e o engajamento do indivíduo, convidando-o a contribuir e a evoluir.


Um som, a princípio desconhecido, mas que em seguida foi identificado como vindo do meu estômago, mostra-me que é hora de deixar o parque, a linda paisagem, o grito das crianças, os esportistas amadores, você, caro(a) leitor(a) e retornar à casa. Afinal, tenho que atender a esta demanda interna eloqüente, para ter condições de atender às externas, deste sábado risonho e especial, com sabor de Reunificação!


Então deixo aqui o meu carinhoso "até breve", ou melhor "até o próximo post" ;-)!


Bis bald!


♥♥♥


E você? Como vem lidando com as demandas destes dois mundos, interno e externo? O quão permeável é o seu “muro da pele”?


Compartilhe seus insights através de comentários aqui no blog. Conte-nos suas experiências e embarque nesta fascinante viagem, na qual o destino é aprendermos uns com os outros!


Se gostou do artigo, compartilhe com amigos, família e com quem você acha que pode se beneficiar com ele!


Lembre-se: neste mundo com mais de 7 bilhões de seres humanos, a palavra de ordem da evolução é Compartilhar!
Narja ;-)

6 comentários:

  1. Que bacana seu texto amiga! Estou adorando ler!
    beijos
    Andrea

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    1. Fico feliz que ele tenha te agradado. Estive ocupada com este tema nos últimos tempos, numa reflexão teimosa, pensando alto, remexendo segredos do "querido diário"... então nasceu este texto-pensamento, na verdade um convite a refletir sobre a busca pelo equilíbrio, neste nosso mundo "fabricador de demandas"!

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  2. És psicóloga nata, mana! amei o texto, pois é sensível, elegante e inteligente. Parabéns! Aguardo os próximos, viu :-*

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    1. Hehehehe....mana, eu só "penso, logo existo"! Descobri um prazer enorme em escrever, compartilhando idèias nascidas da experiência, que talvez possam inspirar aqueles que "topam" com elas aqui no blog. Viajar pra dentro, pra viver melhor no mundo lá fora! Até que não é uma má idéia, né ;-)?

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  3. Ual! Que maravilha de texto, maninha! Intenso, claro e nos convida à reflexão sobre essas nossas demandas!
    Orgulho de ser tua mana! Bjs na alma!

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    1. Obrigada, mana! Ele nasceu mesmo querendo fazer a gente pensar! Reconheço que não é um texto simples, escrito rapidamente e postado às pressas, para ser consumido "fast food" por leitores "sem tempo". Ele é provocador e faz a gente se questionar se esse "sem tempo" está sendo causado por quais demandas, afinal?

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